Olha só !
Retratar os rostos humanos é retratar o rosto do mundo
ni de lumière sans ombre.
Revue de Presse - Imprensa
- 08/08/2010 "Mikaël Doulson Alberca, un jeune photographe qui fige l'instantané" article du Midi Libre en marge de l'exposition Regard(e)s du 4 au 6 août 2010 dans le cadre du Festival de Tharaux Arts et Musique, Tharaux, France
- 17/06/2009 "Rostos do mundo no corredor da ECO" article du LECC en marge de l'exposition Olha só ! du 12 juin au 12 juillet 2009 dans la galerie de l’ECO–UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.
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Des portraits. Et des Hommes.
Lewis Hine disait que s’il avait pu conter l’histoire avec des mots, il n’aurait pas eu besoin de photographier. La photo porte jalousement en elle un secret magique : comment créer une image de soi-même, et la porter publiquement aux yeux du monde. Ou encore comment créer une image du monde, observer en lui notre propre passé, puis en déduire notre avenir.
Les portraits sont des histoires de regards. De l’autre vers moi, de moi vers l’autre, l’appareil photo replié sur lui-même, un œil ouvert derrière la lentille, aligné avec le cœur, comme Bresson, toujours, pour que l’amour de la lumière ne soit pas aveugle. Ça serait dommage.
La machine en bandoulière, le chemin se fait sous mes pas, et je parcours le monde. Je m’émerveille. D’un sourire, d’une main, d’un mouvement, d’une danse.
Afrique me déroule son tapis de terre ocre, et le désert me livre ses plus beaux visages. L’inde et ses couleurs se fond dans mon noir et blanc, ou se matisse, se pastellise, et me regarde d’une humilité millénaire. Le brésil, encore, se perd à l’horizon et emporte avec lui ses mystères. L’Europe, enfin, se redécouvre dans l’identité fragmentée d’une société qui s’idéalise et s’automystifie.
Dans le portrait, le photographe n’a qu’une quête, bien qu’inconsciente : tenter de distinguer, dans les yeux du modèle, sa propre image reflétée. Mais chut! c’est un secret.
O que a fotografia representa para mim?
É pensar e retratar uma situação segundo a beleza presente nas criações da natureza. O fotógrafo é um médium ou um shaman que deve selecionar os elementos no quadro fotográfico para mostrar a perfeição da arquitetura universal do mundo.
Fazer o retrato de uma pessoa é, como acham os Índios, captar a alma e reproduzir o milagre de parar o passo do tempo. É atingir a vida eterna, porque a essência da pessoa plasmada na imagem não vai envelhecer mais. Paradoxalmente, duas fotografias de uma pessoa podem mostrar dois seres distintos, já que um certo tempo passou.
Em uma foto, o crítico vê a beleza formal, a construção geométrica, a estética de cor, as formas, a graça do movimento, a carga de expressão emocional, a força dos olhares. Para ele, a foto saída de seu contexto é como um raio na escuridão. Ele não sabe qual foi a conjunção que levou o céu e a terra a comunicar-se nesse instante deslumbrante. O fotógrafo vê sua foto com a nostalgia de uma lembrança eternizada, mas que nunca voltará a viver. Ele só sabe a situação e o contexto que o levaram a tirar aquela foto, naquele lugar, naquele momento.
A foto dura um instante, porém o olhar se constrói com a experiência de uma vida.
Umas reflexões ...
- Porque a fotografia não pode refletir. Você se transforma com o passar do tempo e, por isso, você existe. A obra de arte existe só quando evolui no olhar do espectador, ou quando alguém pensa nela. Ao contrário do amor, por exemplo, que fica sempre visível, até quando se apaga a luz.
- Por que tirar uma foto de alguém é roubar sua alma?
- Porque a alma é como um raio de luz, a correnteza de um rio, o som de um violino: para captar sua essência é preciso parar o tempo. E isso é um segredo da natureza.
- Por que me identifico com meus semelhantes?
- Porque teus semelhantes são ao mesmo tempo distintos e iguais a ti. Tudo é um, e um é tudo.
- Por que me emociono ao olhar nos olhos de um outro ser humano?
- Porque quando duas pessoas se olham, vivem a primeira experiência do infinito e assim mergulham na alma do mundo.
- A câmera é um intermediário?
- A câmera não influi nas coisas. É como uma placa de vidro transparente. Ao contrário, porém, através da câmera as coisas influem no resto do mundo, por trazer para ele uma fatia de eternidade.
- O que é uma imagem?
- Existe o mundo das imagens, que é o mundo das idéias de Platão. Elas contêm a essência do que existe no mundo. Lembrete: a imagem de uma coisa é mais importante que este coisa, porque o conceito de um objeto permanecerá intocável para sempre, mesmo depois da morte desse objeto.
- A fotografia pode criar?
- A fotografia está condenada, como Deus, a criar tudo à sua imagem, ou a imagem de algo presente na natureza. A fotografia, neste sentido, como todas as invenções do Homem, é uma técnica de reprodução e não consegue “enxergar” além das preocupações humanas. Tudo o que podemos inventar será uma imitação da natureza ou uma associação de partes já existentes. Nada se cria, tudo se transforma.
Por isso, quem criou Deus deve ser muito parecido com as criações dele. Talvez fosse o Homem mesmo.
Segundo eles...
Lewis Hine
Estou sempre fotografando tudo mentalmente, como exercício.
Minor White
Fotografar é roubar milésimos de segundos à eternidade.
Robert Doisneau
A imagem fotográfica é uma mensagem sem código.
Roland Barthes
Você não fotografa apenas com a sua máquina. Você fotografa com toda a sua cultura, os seus condicionamentos ideológicos.
Sebastião Salgado
Fotografar, é pintar com a luz.
O analfabeto contemporâneo é ele que não sabe tirar foto.